sexta-feira, setembro 22, 2006
Baseado na leitura do livro ‘O diário de Anne Frank’ + visita ao museu Anne Frank Huis em Amsterdam
No 13 aniversário, Anne ganha um diário de presente onde ela passa, desde então, a registrar sua rotina e também a fazer várias confidências.
O diário seria apenas um diário comum, se não fosse pelo período histórico em que ela viveu: era 1943, plena II Guerra Mundial.


A história torna-se interessante pois em boa parte do diário de Anne Frank, ela descreve como essas 8 pessoas viviam dentro do Anexo Secreto (“Het Achterhuis”, em holandês). As atividades que faziam para passar o tempo, os sacríficios que faziam para não serem ouvidos pelos vizinhos, as atividades físicas que tinham que fazer regularmente, já que os movimentos deles eram bem limitados. Ela descreve também os anseios e frustações de cada um.
Ela narra também em seu diário, fatos importantes sobre a guerra, sobre quando os alemães invadiram e bombardearam a Holanda, sobre a invasão dos Aliados em Caen (França), para lutar contra os alemães, as técnicas de guerra para enganar o inimigo, etc.
O que aconteceu com eles depois desses 2 anos? Sobreviveram? Escaparam dos campos de concentração? Bem, não vou estragar a emoção da história para quem não leu. Se você não o fez ainda, eu recomendo a leitura, pois você não vai se arrepender.
É um livro altamente cultural e de fácil leitura, já que tudo é contado em forma de anotações de um diário. E cá para nós, quem não quer saber o que está escrito no diário dos outros? ;)
Modernizando a história de Anne Frank
Se Anne Frank vivesse nos dias atuais, esse diário provavelmente seria em forma de blog e este, é claro, se chamaria “Anne na Holanda”. Provavelmente, ela teria uma coluna no site http://www.alemaesnaholanda.com/, ou no http://www.judeusnaholanda.com/ onde escreveria sobre sua experiência de viver escondida na Holanda, assinando suas histórias com um nick falso, é óbvio.
Os comentários sobre seus posts variariam entre aqueles que a apoiariam e até se ofereceriam para levar comida, roupa, jornais e revistas para eles, e aqueles que, ao se sentirem ofendidos por algum relato, logo se revoltariam e a diriam para ela voltar para a Alemanha, que perto do Hitler que era o lugar dela. Os mais exaltados, ainda ameaçariam a denunciá-los. E os mais exaltados e, sem o que fazer, diga-se de passagem, iam realmente procurar onde era o tal Anexo Secreto somente para denunciá-los e se sentirem “os bam bam bam” por terem se vingado de uma talzinha que ousou publicar opinião contrária a deles. Com isso, todo um legado cultural seria abortado e futuras gerações jamais teriam conhecimento da história da família Frank!
O que você achou dessa história?
posted by Elis : 2:37 PM
segunda-feira, setembro 11, 2006
Canal e bicicletas! Mais típico que isso, só se fossem moinhos e tulipas!
O que você achou dessa história?
posted by Elis : 5:47 PM
quinta-feira, setembro 07, 2006
Sexta feira passada eu fui a uma festa e na volta para casa, eu perdi a chave de casa.
Detalhes:
- era de madrugada, umas 3h da manhã;
- eu estava de bicicleta. Para quem não sabe, é normal andar de bicicleta por aqui;
- moro sozinha, ou seja, não tinha ninguém para quem eu pudesse ligar e pedir para abrir a porta;
- eu tenho uma cópia da chave de casa na minha sala da universidade. Mas como era final de semana, o prédio só abria as 10h da manhã do dia seguinte;
- mesmo que eu esperasse amanhecer, eu poderia entrar no prédio, mas não na minha sala, pois a chave da sala estava dentro de casa;
- o meu colega de sala seria a minha única salvação, pois ele é a única pessoa que poderia abrir a porta da sala para mim no final de semana, mas de qualquer forma, eu tinha que esperar até as 10h da manhã;
- o meu lado otimista me permitiu perceber que a parte boa de tudo isso, foi que sexta feira foi o primeiro dia de tempo bom, depois de 14 dias consecutivos chovendo pesado. Caso contrário, eu teria que ficar na rua, na chuva e sem desgrudar da bicicleta, pois a chave dos dois cadeados da bicicleta estavam no mesmo molho de chaves. Portanto, não tinha como trancá-la em algum lugar.
Liguei para uma amiga para pedir abrigo até amanhecer, mas o celular estava desligado. Liguei para outra, celular desligado. Liguei para outra, celular desligado também.
Daí fiquei pensando: “mas se eu nao conhecesse ninguém aqui? se nao tivesse a quem pedir ajuda? não pode ser, tem que haver um jeito”
Liguei então para o 112, que é o número de emergência na Holanda. Lá me informaram que eu tinha que ligar para o 118.
Descobri que 118 é uma central de “sleutel specialist” (especialista em chave) do país inteiro. Você liga e a pessoa te transfere para o “sleutel specialist” da sua cidade. Mas ao transferir a mulher já me antecipa: “olha acho que em Delft, esse serviço não funciona 24h” , mas antes de perguntar até que horas eu tinha que esperar, ela já transfere a ligação. Algo que achei eficiente, é que no momento em que está chamando, a gente já recebe um SMS com o número do especialista em Delft, para ligar depois, se precisar. E como a atendente tinha me informado, realmente, o serviço nao funcionava 24h em Delft, porque ninguém atendeu.
E agora José?
Bem, não tinha jeito, e tive que desistir dessa minha idéia de não querer incomodar os outros, e fui tentar ligar para outros conhecidos, e finalmente achei uma amiga. Dormi na casa dela e na manhã seguinte, liguei para para o meu colega de sala. Tcharan? Ele não atende o telefone. Liguei várias vezes, e nada. Até que desisti e liguei para o tal “sleutel specialist” de Delft.
Ligo e explico a minha situação para o rapaz. Ele diz que liguei no lugar certo, mas que esse serviço, em Delft, não funciona nos finais de semana. E eu pacientemente pergunto: “senhor, e o que as pessoas que moram em Delft e que costumam entrar nas suas casas no finais de semana, fazem quando perdem a chave de casa?”
E daí, ele caridosamente me deu números de empresas que poderiam me ajudar, e que por sinal, FUNCIONAM 24H!!
Eu já imaginando que o serviço ia ficar caro pra caramba, porque aqui na Holanda tudo que envolve mão de obra, qualificada ou não, fica um absurdo de caro. Mas, como eu não tinha outra saída, tive que ligar.
O rapaz veio, e em 15 minutos trocou a fechadura e daí vem a parte das continhas:
- €19,00 pela mão de obra – eu já estava alegrinha pensando: hum, nao é tão caro assim;
- €35,00 pela fechadura nova – não tão alegrinha mais, mas €54,00 pelo total é um preço razoável;
- e eis a surpresinha: €60,00 pelo custo de ter vindo até a minha casa de carro.
Putz, quase que eu falei para o rapaz: “porque nao veio de taxi? Ficaria muito mais barato. Ou então eu ia te buscar de bicicleta” ; - quando eu já estava quase me acostumando com a idéia de pagar os €114,00, ele vem com a notinha com o total incluindo BTW, o imposto de 19% correspondente ao ICMS no Brasil. Ou seja, minha brincadeira do final de semana me deixou €135,00 mais pobre.
Esse episódio me fez aprender algumas coisas e o primeiro item deixo como conselho para vocês:
1 - espalhe cópias da sua casa em vários lugares, de preferência lugares onde você pode acessar fora do horário comercial, como por exemplo, casas de amigos, vizinhos, etc.
2 – serviços que exigem mão-de-obra na Holanda são caros, mas serviços que exigem mão-de-obra que andam de carro na Holanda, são mais caros ainda. E completando, serviços que exigem mão-de-obra que andam de carro nos finais de semana na Holanda, são absurdamente caros.
3 - Objetos pessoais só tem valor para nós mesmo. Estou querendo vender uma cópia da chave da minha casa por €135,00 euros, mas ninguém quer pagar. Maior oferta até agora foi de 10 centavos e isso é porque veio de uma grande amiga.
Por isso que sempre repito, vivendo e aprendendo!
O que você achou dessa história?
posted by Elis : 12:24 AM