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domingo, setembro 26, 2004

Um ano de Holanda

Final de semana passado completou um ano que eu cheguei aqui. E para comemorar isso, o post de hoje será uma avaliação do meu aprimoramento na língua holandesa.
Vcs acreditam que essa semana eu consegui assistir e entender um programa inteiro em holandês?? Perdi alguns detalhes, mas deu para aprender muitas palavras e captar a mensagem. É um programa muito educativo e se chama: Teletubbies!! Hahahahahah
Pô, quem é que disse que Teletubbies é programa para criança??? Ele está sendo muito útil para mim. Tudo bem que são apenas palavras soltas, mas organizá-las de uma forma que dê para se ter uma conversação fluente é só questão de tempo (uns três anos talvez eheheheeheheh)
Estava até pensando em arriscar uma conversa em holandês com o meu professor. Já imaginaram se eu chegar para ele e falar: “patinete da Lala (3 vezes)” em holandês ??? Ele ia ficar muito surpreso, não é verdade? Ehehhehehe
Mas falando sério agora, o curso de holandês da faculdade tem as férias mais longas que eu já vi. Vai de junho até novembro. Se eu esperar até novembro para continuar a estudar eu vou esquecer muita coisa. Então agora eu estou estudando sozinha o próximo livro que começa em novembro, estou lendo jormal e assistindo os programas em holandês. A leitura teve uma melhora significativa e já consigo entender uns 70% das matérias. E como faz diferença só de aprender a ler. Dá uma sensação tão boa de entender o que está acontecendo a sua volta e não ficar uma alienada na sociedade. Por isso que eu digo que por mais que muita gente fale inglês aqui, saber o holandês faz muita diferença e torna a adaptação muuuuuuuito mais fácil.
A escuta e a fala ainda é um “probrema”, e esses sim eu preciso melhorar uns 70%, mas eu chego lá. Não sei onde, mas eu chego. Então deixa eu ir ali estudar mais um pouquinho para facilitar a minha vida.
“Tijd op dag te zeggen” = Hora de dar tchau!! Tá vendo como Teletubbies é importante? :) E aí vcs (todos juntos) respondem: “oh, nee!” = ah não!

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posted by Elis : 1:11 PM

sexta-feira, setembro 24, 2004

Nona e última cidade: Málaga

O mês de agosto estava tão lotado de turistas em Barcelona que não tinha mais passagem direto para Málaga. Mas como eu já tinha comprado a passagem de volta para Holanda saindo de Málaga e a desculpa dessa viagem toda era visitar o meu amigo brasileiro em Málaga, eu tinha que chegar lá de qualquer jeito. A solução foi pegar um trem Barcelona-Madrid e depois Madrid-Málaga. Andei mais e paguei caro, mas foi uma saída. E sem contar a apreensão de pegar o trem de Madrid para Málaga pois é justamente a linha que teve aquele ataque terrorista com as bombas há algum tempo atrás. Graças a Deus correu tudo bem e cheguei sã e salva.
Cheguei lá pelas 13:30h e meu amigo não estava em casa, então fui obrigada a ir para a praia para esperá-lo chegar. Oh vida dura! De cara já comecei a notar as diferenças. Tomei uma cerveja na praia e custou 80 centavos. Eu não acreditei, pensei que o garçom tinha cobrado errado, mas olhei no cardápio e era isso mesmo. E lembrar que eu paguei 4,00 euros em Roma!!! Bom demais.
Logo encontrei com o meu amigo e aí sim eu me senti em casa. Já tinha mais de dois anos que não o via e foi muito bom reencontrá-lo. Conversamos e ouvimos músicas em português o dia inteiro, tomei tereré (que já tinha quase 1 ano que nem sentia cheiro), comi churrasco (carne de verdade e não os hambúrgueres disfarçados de carne que eu como no restaurante da faculdade), farofa, feijão e muitos outros detalhes que fazem parte da minha felicidade (nossa que profundo isso!) e que nunca tinha me dado conta ehehehhe
E falar em felicidade, não me lembro quem me falou uma vez, que quando morava no Brasil odiava música sertaneja e pagode. Foi só passar um ano fora do Brasil que a pessoa mudou de idéia. O negócio é que a gente passa tanto tempo sem ouvir nosso idioma que qualquer "porcaria" que se ouve em português (fui má agora, hein), a gente fica toda empolgada porque faz lembrar do Brasil. E realmente essa teoria procede, pois preciso confessar uma coisa para vcs, mas por favor não espalhem: eu fiquei feliz ao ouvir Bruno e Marrone em Málaga ehehehhehe
Tirando os bares, não cheguei a visitar muitos lugares turísticos. O pessoal lá é muito animado para festa. A área dos bares estava sempre lotada e muita gente sai para a balada com aquelas roupas típicas: as mulheres com vestidos longos e os rapazes com calça e camisa mais social. Eles levam instrumentos e começam a tocar e dançar sevillano (parecido com flamenco) no meio da rua em qualquer espacinho que acharem. Logo junta mais gente, daí vira festa e é só diversão.
Em boates (pelo menos nas que eu fui) muito dificil ouvir um techno. O que é mais comum é o sevillano, salsa e flamenco. Muito legal, só que o pessoal lá dança tão bem que dá até vergonha de arriscar umas voltinhas.
E a decoração dos bares/boates é muito diferente. Um querendo ser mais criativo que o outro para atrair mais clientes. E o mais legal de tudo: sem necessidade de pagar entrada e consumação mínima. É o paraíso!! E eu me pergunto de novo: Porque eu vim morar na Holanda???
Depois de Málaga, acabou o dinheiro e a mamata. Vim para a Holanda e voltei a minha vida “normal”. Coloquei shorts e camisetas regatas no fundo do armário e peguei os casacos companheiros de frio e capa de chuva. Um calor que estava no sul da Europa e aqui na Holanda fazendo 18 graus e chovendo (detalhe: no verão). A temperatura agora está em torno dos 15 graus, com ventos e a chuvinha besta de molhar bobo. E a tendência é que a temperatura só abaixe até a chegada da primavera. Eu quero minha mãe!!!

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posted by Elis : 1:10 PM

quinta-feira, setembro 23, 2004

Oitava cidade: Barcelona

Como a minha chegada em Barcelona atrasou em um dia, eu perdi a minha reserva de albergue. Por causa disso, eu fiquei com raiva e resolvi não reservar mais nada e ir na sorte. Barcelona é uma cidade tão grande não é possível que não vou achar um lugar para dormir. Chegando na estação, o primeiro lugar que eu fui, foi na informação ao turista para pedir indicações de albergues baratos. A mulher me deu uma lista com informações de uns 20 albergues, com endereço e telefone. Mas, ela já me adiantou que todos eram na faixa de 20 a 25 euros, o que era um preço bom. Mas, enquanto eu estava na fila, veio um argentino entregar propaganda de um albergue por 18 euros incluindo café da manhã, piscina, sauna e academia. Estava muito barato para ser verdade, mas mesmo que a parte da piscina, sauna e academia fosse mentira, para mim já estava bom, pois não precisaria ficar ligando nos albergues da lista para perguntar preço e garantir um lugar para dormir e deixar a minha bagagem era tudo que eu precisava naquele momento.
Fui para o tal super hiper big albergue. Chegando lá era um prédio bem simplizinho e eu não vi mesmo nada de piscina, sauna ou academia. A mulher me explicou que essas vantagens a gente poderia desfrutar em um clube que ficava na esquina e que a gente tinha direito a uma entrada por dia. Eu pensei: “bem, até que o cara não mentiu e não deixa de ser uma boa idéia para atrair clientes”. Daí, eu fui paguei a diária, escolhi minha cama e o que foi uma maravilha é que o quarto tinha ar condicionado. Como estava muito calor e já devia ser quase meio dia, eu fui tomar banho antes de começar o passeio. E foi nesse momento, que comecei a entender o porquê do preço de 18 euros. No prédio não tinha lugar para tomar banho, só toilette. O banho a gente tinha que tomar no clube e vcs lembram que eu disse que a gente só tinha direito a UMA entrada por dia??? Ou seja, se eu tomasse banho meio dia, depois não podia tomar banho mais. Nossa, e tava um calor de rachar e a bestona aqui já tinha pago a diária. Como eu estava doida para começar logo o passeio e cansada de ficar carregando bagagem para lá e pra cá, não quis ir procurar outro albergue.
A noite quando eu cheguei para tomar banho e dormir, outras surpresas apareceram. O quarto que eu escolhi era o multi-uso e funcionava também como recepção, cozinha e sala de café da manhã. Mas não, não fale nada! nesse quarto era onde ficava telefone e interfone que tocavam (AMBOS) a qualquer hora da noite. E eu ainda achando que o albergue de Nice era mal arrumado. Bem, mas foquei no objetivo da viagem: DIVERSÃO, sem estresse!
Comecei o passeio por uma das ruas mais movimentadas e famosas de Barcelona: Las Ramblas. Lá é cheio de barzinhos, lojinhas de souvenir e artistas fazendo o seu show para ganhar uns troquinhos. Eu dei uma de turista mesmo e perdi o maior tempo vendo essas apresentações. Tinha até bastante coisa interessante, como: show de marionete, bonequinhos dançantes, desenhos do seu rosto na hora e caricaturas. Em compensação tinham uns que dava até dó dos coitados, como aquele povo que coloca uma fantasia pesada, alguns até com armadura, fica em pé o dia inteiro se fazendo de estátua só para ganhar um moeda em troca de uma foto. Pensando bem, coitados nada. Vai ver, eles faturam a maior grana. E aqueles que fazem o joguinho que tem três caixinhas de fósforo e o cara esconde uma bolinha em uma das três e pede para vc adivinhar em qual caixinha a bolinha está. Ele só aceitava aposta de 50 euros para cima e eu vi muita gente perder dinheiro ali viu. Dava até dó. Ele colocou três pessoas para ficar ali apostando e ele dava dinheiro para eles de vez em quando, só para estimular as outras pessoas a apostarem. Esse sim fatura uma grana alta. Cada trouxa que cai na conversa deles, é no mínimo 50 euros.
Mudando de assunto, o que é aquele Museu de Arte Conteporânea, hein? O prédio é enorme e mais parece um castelo. Muito bonito mesmo e dá para se ver de longe. De lá fui visitar dois dos estádios olímpicos usados em 92, mas uma pena que não são abertos ao público. Só visita por fora mesmo.
E é claro, a principal atração de Barcelona são as obras de Antônio Gaudi, um arquiteto espanhol. Nossa, eu apaixonei por arquitetura só de visitar os prédios. Ele era um muito criativo e todos os prédios que ele projetou dá para notar a diferença de estilo, mesmo não entendendo bulufas de arquitetura. As construções são consideradas modernas para os dias de hoje, imagine quando ele era vivo? (final do século XIX). Sem dúvida a que mais chama atenção é a Igreja Sagrada Família que começou a ser construída em 1886 e ainda está em construção até hoje e os planos é que ela seja terminada em 2025. A demora não é só porque a igreja é grande e cheia de detalhes. É que a idéia de Gaudí é que ela seja construída somente com dinheiro vindo de doações e não pode ser do governo. Por isso, a construção teve que ser paralisada várias vezes por falta de verba.
No museu Gaudí que fica dentro da igreja, eles explicam quais eram as idéias dele durante o projeto e ele sempre se inspirava na natureza. Pilares da igreja se parecem com troncos de árvores, incluindo vários detalhes ao longo do pilar, em alguns lugares o teto lembra o formato de folhas e em outros, de flores. Legal que no museu eles colocam foto de uma árvore ao lado da maquete do pilar e realmente é muito parecido. A construção disso tudo só foi possível porque ele descobriu as equações matemáticas que geram essas formas geométricas. Fiquei muito fã dele.
O triste depois de ver tanta criatividade é ficar sabendo que ele morreu aos 40 anos atropelado por um trem. Ficou como indigente e só depois de 3 dias é que foram se dar conta que era ele. A construção hoje é continuada por arquitetos que seguem fielmente os projetos de Gaudí.
No Parque Guell também encontramos muitas obras dele. A história do parque é a seguinte. O sr. ? Guell tinha uma área para ser construída e contratou Gaudí para fazer uma cidade jardim em sua propriedade. Ele chegou a construir um jardim principal e duas casas, mas depois o projeto parou. Com a morte de Gaudí, o governo comprou o lote da família Guell e fez dele um parque que é hoje aberto para visitas. Tem obras dele espalhado pela cidade inteira e vale a pena ir lá conferir.
Barcelona é a capital da região da Cataluña e portanto, lá se fala também o catalão que é um idioma que mistura um pouco de espanhol e de francês. A região administrativa é na verdade um parque que tem o prédio do Parlamento, zoológico, museu entre outros. Saindo dessa área, vc já está na beira da praia que foi onde eu passei o restinho do meu último dia.
Barcelona é muito grande e tem muita coisa interessante para visitar. Sem contar que o pessoal é muito mais receptivo (na Espanha em geral), tem festa para todo lado e os preços são absurdamente baratos. E não era porque eu tinha acabado de passar pela exploração italiana não. Mesmo comparando com os preços aqui na Holanda, o custo de vida lá é muito mais barato. E também pelo fato do idioma ser o espanhol, a gente se sente muito mais a vontade. Ah, e detalhe, lá tem verão com SOL de verdade. É um dos lugares que eu quero visitar de novo e que durante (e depois) a viagem me fez pensar novamente: “porque eu vim morar na Holanda?”

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posted by Elis : 1:58 PM

sábado, setembro 18, 2004

Quinta, sexta e sétima cidade: Nice, Monte Carlo e Cannes

Finalmente, fiquei livre da exploração italiana e fui parar na exploração francesa :) Bem, mas em Nice até que os preços eram razoáveis. Estavam dentro do limite esperado de um lugar turístico e não o exagero que era na Itália.
Fiquei no albergue Ville Saint Exuperie que tem esse nome em homenagem ao autor de “O Pequeno Príncipe”, Antoine de Saint Exuperie que viveu em Nice por um tempo. No folder do albergue eles diziam que cada quarto tinha uma característica do autor e acho que no meu a característica que eles escolheram foi alguma do passado “trash” do autor porque era uma bagunça. Aconteceu o seguinte, eu reservei um quarto para dividir com mais 5 pessoas, só que a área dos quartos para 6, estava em reforma e eles colocaram todo mundo em um salão enorme (é claro que eu paguei mais barato) e eu tive que dividir o espaço com mais 29 pessoas (pequena diferença, né?). Meu “quarto” parecia salão de desabrigados. Uma cama do lado da outra. Apesar de tanta gente no quarto, para dormir era tranquilo. O pessoal não fazia barulho no quarto e depois das 22h quem quisesse ficar no albergue ficava na sala conversando e não tinha nenhum incômodo. E até que dividir com esse tanto de gente foi divertido. Conheci bastante gente e sempre tinha alguém para conversar e passear juntos.
O albergue ficava em um lugar muito alto e o ponto de ônibus mais perto não subia a “montanha”. Tínhamos que subir a pé mesmo. Eu cheguei lá era mais ou menos umas 10:30h da manhã e estava chovendo. Os donos foram super gente boa e ofereceram café da manhã para gente (encontrei dois alemães no ponto de ônibus e chegamos juntos) que nem teríamos direito e ainda pediram para colocarem a mesa de novo pois já tinha acabado o horário. Na verdade, acho que eles estavam dando esse tratamento VIP para não assustarmos muito com o salão dos desabrigados ehehhehehe Mas eles eram legais mesmo. Eles davam dicas de passeio na maior boa vontade e no último dia eles gravaram um CD com minhas fotos (meu cartão de memória já estava cheio) sem cobrar nada. Obs.: em Roma eu tive que pagar 7 euros por esse serviço. E para quem tinha mala muito grande ou ia para o aeroporto, eles levavam de carro. Até que compensou ficar no salão dos desabrigados :)
Como no primeiro dia estava chovendo eu resolvi ficar em Nice mesmo.

Abre parenteses
Foi nesse dia que eu perdi a oportunidade de ver Bono de perto
Fecha parenteses

Fui andar na praia (só andar mesmo), na famosa calçada Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses) que fica na beira da praia. A cor da água é muito bonita mas a praia é de pedra e não de areia. Mas eu estava achando tudo muito bonito e encantada com a Riviera Francesa (região sul da França).
Perto da praia, tem um castelo em um morro que dá para ter uma vista perfeita da baía dos Anjos. Mas, é claro tem que subir muito. Eu tive a impressão que a cidade de Nice fica em um buraco e qualquer lugar mais afastado do centro, vc tem uma montanha para subir. Haja pernas!!!
No outro dia eu fui para a estação pegar ônibus para Mônaco. Lá encontrei uma menina que estava no mesmo albergue que eu. Comecei a conversar com ela e como ela queria ir para Mônaco também, fomos juntas. Depois de uns 15 minutos aproximadamente conversando em inglês, perguntei de onde ela era e adivinha??? Era brasileira!!! Melhor ainda, podíamos falar português.
No caminho paramos em uma vila que se chama Cap d’Ail. A parte de praia é bem pequena e pode até passar despercebida. Vc tem que descer muita escada para chegar lá, mas quando vc chega e vê que é lindíssima, vale a pena. A água é azul e limpinha. Um paraíso!!! Não é a toa que tantos famosos vão passear lá, inclusive eu ahahahah
De lá fomos para Monte Carlo. Visitamos o castelo do principe Rainier III e depois fomos para o famoso cassino de Monte Carlo. Como já estava no caminho mesmo, passamos por algumas das ruas que fazem parte do circuito de fórmula I, passando perto da curva da piscina. Quando chegamos ao cassino, o lugar é um luxo. Só gente chique e carrão e nós lá de short, camiseta regata e chinelo.
Como os nossos trajes não estavam apropriados não pudemos entrar no cassino. Então nos contentamos em tirar fotos só por fora e ir embora. É cidade pra gente rica mesmo. Lá é tudo muito caro e ouvi dizer que lá só tem hotel de 3 estrelas para cima. Então, o negócio é pagar albergue em Nice e depois ir de ônibus para Monte Carlo (3,50 a passagem em ônibus com ar condicionado). Oh pobreza!!!
De volta a Nice, eu passei o restante do dia na praia e no dia seguinte fui para Cannes.
A idéia era só passar o dia em Cannes e a noite pegar o trem para Barcelona. Mas, para a minha surpresa não tinha mais passagem para Barcelona no mesmo dia. Somente para o dia seguinte. Então, vai eu procurar um lugar para dormir. Fui no serviço de informação ao turista e a mulher me fala que o mais barato que tinha era 70 euros. Eu expliquei que meu dinheiro nao era “capã” (capim com pronúncia francesa ehehehe), daí ela me indicou um albergue muito mal arrumado.
Falei para mim mesma: “Tudo bem Elisangela, é só para dormir uma noite e amanhã vamos para Barcelona” (pobre de mim! Eu que não sabia o que me esperava lá. Mas isso é outra história).
Cannes não tem muita coisa para visitar. O lugar onde é realizado o festival internacional de filmes é na beira da praia e era a única coisa que de mais importante da cidade. Depois de ir lá fazer a visita básica, tirar foto e fazer tudo como manda o figurino, fui para a praia tostar. Que maravilha!! Nada de ficar andando para lá e pra cá, subindo e descendo montanhas, preocupada com o horário que os lugares fecham!! Nada disso, só deitada na praia, de “cupoá” (palavra francesa que significa “de cu para o ar” ehehehe). Foi lá que peguei uma cor legal, porque em Nice eu estava doida para ir para a praia, mas durante a minha estadia só choveu. Quase que eu trouxe um guarda chuva de lembrança ehheeheh
O trem para Barcelona só saía a noite, então eu tinha mais o dia seguinte inteiro para ficar na cidade. Só que não tinha nada para fazer, só praia. Paguei um passeio turístico naqueles trenzinhos, mas foi dinheiro jogado fora, porque eles não param em lugar nenhum, só passam em frente (nem dá tempo de tirar fotos) e contam um pouco da história do lugar. Nada de muito interessante.
O jeito era voltar para a praia e ficar de cupoá denovo. Oh vida dura!!!! Passei mais um dia na praia e a noite fui para Barcelona.

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posted by Elis : 5:08 PM

quinta-feira, setembro 16, 2004

Ciao Bella!

Esse post é para fechar a viagem à Itália. Ciao se pronuncia como o nosso “tchau” e pode significar “oi” ou “tchau”, depende da situação. No começo eu achava muito estranho, pois eu chegava em um lugar e a pessoa falava: “ciao”, e dava impressão que ela estava me mandando embora. Bom, com o tempo fui me acostumando.
Mas o assunto do ciao bella é o seguinte: eu achava que eram só brasileiros que mexiam com mulher na rua, mas os italianos ganham disparados. Você está andando na rua e toda hora vc ouve um “ciao bella” que seria como um “oi linda” ou “oi bela”. Se eles perceberem que vc é turista então, o ciao bella sai automático, não importando se a pessoa é bonita ou não. Eles querem é conseguir alguma coisa, mais ou menos no esquema vem-em-mim-qualquer-uma. Tem uns que são mais ousados e já te convidam para tomar um café ou uma cerveja.
Durante o passeio pela Itália, eu me sentia o tempo todo como se eu estivesse passando em frente a uma construção porque o “ciao bella” era constante. Isso não quer dizer que eu sou bela, são os italianos que são desesperados mesmo.
Tem italianos muito bonitos, mas não precisa nem dizer que os que falavam isso eram só os feios. E daí, o jeito era responder TCHAU e ir embora.
Essa frase já virou característica da Itália e como eles estão sempre dando um jeito de pegar dinheiro de turistas, já tem várias camisetas, bonés, copos e bugigangas com o Ciao Bella escrito.


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posted by Elis : 7:18 PM
Quarta cidade: Veneza

Ao chegar em Veneza, esqueça carros, ônibus ou bicicleta. Lá é proibido qualquer tipo de transporte que não seja feito por água. Para visitar a cidade, ou vc vai a pé ou pega o vaporetto (balsa/barco que faz o transporte coletivo na cidade). Quando vc está em terra firme, nem tem jeito de usar qualquer outro tipo de transporte que não seja suas próprias pernas, pois as ruas são bem estreitinhas e vc só passa andando.
A cidade tem o formato de um peixe e tem o Canal Grande que corta a cidade ao meio e é por onde a gente transita mais (com o vaporetto, é claro).
Quando cheguei em Veneza o passeio foi melhorando, mas a exploração continuou. Uma passagem individual do vaporetto custa 3,50 e o ticket que é válido por um dia custa 10,50. Se vc não tiver muito a fim de andar a pé, é melhor comprar o ticket que vale por 24h porque a exploração é menor.
A cidade é bonita, mas acho que a grande novidade que faz todos ficarem encantados é o fato de ter água para todo lado. Mas para quem já conhece a Holanda isso não é mais tão novidade assim (aqui tem vários canais).
Tem o famoso passeio de gôndolas que dizem ser muito romântico mas eu não fui. Primeiro que estava faltando algo importante nesse passeio romântico: o namorado e segundo que o preço acaba com o romantismo de qualquer um: 120 euros. Uma pechinchada básica, poderia cair para 80 ou até menos dependendo da sua paciência em chorar o desconto.
A Igreja de São Marco é muito bonita e na frente tem a praça onde as pombinhas vem comer na sua mão. Lá tem tanta pomba que no meu guia estava até ensinando o que fazer quando uma pombinha “sujar” sua roupa. Dizem que a melhor tática é esperar o cocô secar e depois limpar porque se vc tentar tirar quando ainda estiver “fresquinho” só vai piorar a situação. Graças a Deus, não precisei colocar essa dica em prática.
Nessa praça, nao sei o que tem mais: se é pomba ou gente vendendo comida para pombo. E é lógico tem muito turista que compra só para tirar uma foto. Quem passa bem com isso são as pombinhas que comem o dia inteiro.
A cidade é relativamente pequena e um dia é suficiente para visitar tudo. No segundo dia eu tinha que arrumar alguma coisa para fazer porque o meu trem só ia sair as 22h. Daí, fui para Lido, que é 45 minutos de vaporetto de Veneza e é a região de praia. Lá é uma cidade “normal”, tem carro, bicicleta e ônibus. De Lido fui para uma ilha chamada Murano, onde a principal atividade econômica é a fabricação de vidro. Lá só tem uma igreja, fábricas de vidro, lojas que vendem os bibelôs de vidro, e o museu do vidro. Mais nada! Mas foi legal o passeio por lá, pois junto comigo chegaram várias pessoas que, como eu, nunca tinham visto fazer vidro. Daí, entramos em uma fábrica onde os funcionários fizeram uma mini apresentação, explicando todo o processo de fabricação. Em 10 minutos, o cara fez um jarrinho e um cavalinho de vidro, cheio de detalhes. Eu fiquei encantada, já que para mim era novidade.

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posted by Elis : 6:24 PM

sexta-feira, setembro 10, 2004

Terceira cidade a visitar: Florença

Resolvi ir para Florença um dia antes do planejado e portanto só tinha reserva de hotel para o dia seguinte. Cheguei lá mais ou menos umas 7h da noite e saí andando nas redondezas da estação para achar um lugar para dormir. Os hotéis tudo caro e não sei se estava lotado mesmo ou se estavam querendo me empurrar um quarto duplo, o que não saía por menos de 50 euros (depois de uma pechincha básica). Até que se tivesse com outra pessoa para me ajudar a pagar ficava um preço razoável, mas pagar sozinha não dava. Já era 9 da noite e estava tão passada que entrei em um hotel 3 estrelas sem perceber. Perguntei o preço de um quarto e o cara me fala 70 euros. Quase caí de costas. O cara viu a minha cara de assustada e falou que fazia por 55 se eu nao tomasse café da manhã. Eu falei que ainda estava muito caro para o meu orçamento e que não podia pagar e ele, é claro, como bom italiano explorador de turista perguntou: “quanto vc quer pagar?”

Pausa para comentários:
Na Itália é assim, se vc reclama do preço inicial ou faz que vai embora depois de perguntar o preço, o vendedor mala logo pergunta: “quanto vc quer pagar?” ou “quanto vc acha que vale?”
Se isso acontecer é porque o preço está muito acima do normal e ele pede para vc dar a oferta e ele avalia se pode abaixar o preço ou não. O preço inicial é tão mais caro que, fazendo isso, corre o risco de vc fazer uma oferta 20 a 30% acima do preço normal e eles ainda saem no lucro. Bando de FDP!!
Fim da pausa

Eu respondi: “estava pensando algo em torno de 25-30 euros!” Ele, sem pensar duas vezes: “Fechado! 30 euros.” Como ainda nao estava a par desse esquema Passando-a-turista-trouxa-para-trás fiquei surpresa por abaixar tanto e também já estava tão cansada que aceitei na hora. Mas quando eu entrei no quarto, e agora fazendo uma comparação em relação aos lugares que eu fiquei e preços, esse foi o que ficou mais em conta considerando a qualidade de serviço. Por outro lado, se ele não fizesse por 30, ia ficar sem nada, pois já era tarde e provavelmente não ia chegar mais ninguém. Era quarto com ar condicionado (ótimo para o calor que estava fazendo lá), banheiro exclusivo, frigobar, tv e cama limpinha e fofinha!
Olha vou te falar uma coisa, albergues têm suas vantagens: é barato e vc faz mais amizades, mas um hotel 3 estrelas faz muita diferença! (oh pobreza, se alegrar com um hotel 3 estrelas, tsc, tsc, tsc)
Depois de um bom banho e me refrescar por um tempo no ar condicionado, eu já estava até considerando o cara do hotel gente boa e retirei-o da lista de italianos FDPs e exploradores de turistas. Fui sair para dar uma volta na cidade e ao passar pela recepção me lembrei que não tinha pago a diária (normalmente a gente paga com antecedencia) e daí fui falar com o cara e ele me responde: “ah, por uma quantia tão baixa a gente não pede que pague com antecedência”, com um ar de estamos-fazendo-um-grande-favor-para-você-turista-pé-rapada. Nesse momento eu voltei a colocá-lo na lista de italianos FDPs.
Bem, andando pela cidade, eu parei em uma banquinha na praça para comprar frutas e o cara queria me enganar na hora de pesar. Eu escolhi as frutas, ele pesou e perguntou: está ok? Eu olhei no preço (1,50) e falei:”sim, vou levar”, quando eu fui pagar, ele me cobrou 2,40. Eu reclamei falando que estava errado, ele colocou as frutas novamente na balança, jogando um peso que estava amarrado na balança para baixo, só para pesar mais e a otária aqui pagar além do que estava comprando. Eu fiquei muito brava (tá achando que meu dinheiro é capim?). Ele voltou atrás e paguei o preço certo. Ah vai merda com uma exploração dessas!! Como já estava tarde e depois desse episódio, eu voltei para o hotel e deixei para iniciar o passeio no dia seguinte.
No outro dia de manhã, não sei se vim empolgada de Roma, mas eu saí achando que eu ia encontrar lugares tão bonitos quanto em Roma, mas foi uma decepção. A cidade é pequeninha, suja, cheio de vendedores ambulantes querendo te passar a perna, prédios antigos e feios. Quem gosta de arte deve estar me achando uma ignorante e insensível, mas não vi nada de tão maravilhoso assim. Eu ouço tanta gente falar maravilhas de Florença, mas para mim eu passaria muito bem se pulasse essa cidade no meu roteiro. É claro que tem algumas coisas interessantes lá, mas não é do jeito que as pessoas falam.
E no meu guia está falando “Florença não é tão atraente como Roma ou Veneza, mas deixe ela crescer dentro de você com toda sua arte” Eu pensei: “Tô fora com esse papo de deixar crescer dentro de mim” ehehehhehe
As atrações da cidade são:
- Catedral (Duomo) Gótica de Santa Maria del Fiore que não achei nenhum pouco atrativa. Tudo bem, tem lá o seu valor histórico e arte, mas não fiquei nenhum pouco empolgada.
- Ponte Vecchio que significa ponte velha (de 1345), fica sobre o rio Arno e é cheia de joalherias que datam de 1593. As lojas são todas grudadinhas umas nas outras, uma multidão de gente que acaba com a graça e a paciencia da gente. Bom, mas para quem mal consegue pagar um hotel 3 estrelas vai estar lá interessada em comprar jóias???
- Igreja Santa Croce (Santa Cruz) que foi construída em 1294 e contém os túmulos de pessoas importantes como Michelangelo, Nicolau Maquiavel, Galileu Galilei entre outros. Dentro da igreja também tem uma escultura que inspirou a criação da estátua da Liberdade nos EUA. Esse foi um dos poucos lugares da cidade que achei interessante.
- Tem a casa onde Leonardo da Vinci morava e que falam que foi onde ele começou a pintar MonaLisa, mas não entrei (nem sei se dá para entrar, ainda estava muito revoltada com a cidade), só vi de fora e tirei foto.
- Tem um lugar no centro da cidade (perto da Galeria Uffizi) que é uma espécie de galeria aberta que tem uma coleção de esculturas muito bonitas. Nesse lugar eu passei mais tempo e foi onde comecei a me sentir mais animadinha com o passeio. Acho que nessa hora, Florença já estava crescendo dentro de mim ahahahaha
Tinha a Galleria dell’Academia que acho que eu ia gostar também, pois ela guarda uma coleção de esculturas de Michelangelo como David e outros, mas ela estava fechada no dia que eu queria visitar. Como eu já não estava tão animada com a cidade e não tinha muito mais coisas para ver, eu fui embora sem visitar mesmo.
A cidade é famosa pelas fábricas de couro, tecidos chineses, joalherias e sorvetes. Como o mais barato desses itens era o sorvete, eu não podia deixar de experimentar. Lembro-me que em Uberlândia (deve ter em toda cidade) tem até uma sorveteria chamada Firenze (Florença em italiano) e que tinha um sorvete muito gostoso. Pedi um casquinha com duas bolas e na hora de pagar caí denovo no golpe da exploração: 5 euros!! Mais caro do que uma cerveja!!! Por isso que eu continuo preferindo cerveja a sorvete :) E o sorvete nem era lá essas coisas. A sorveteria de Uberlândia e a da esquina de casa em Rondonópolis tem sorvete muito melhores.
Talvez quando eu tiver menos leiga em arte, eu possa voltar em Florença e vê-la com outros olhos, mas dessa vez a impressão não foi muito boa.

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posted by Elis : 11:23 AM

sexta-feira, setembro 03, 2004

Segunda cidade a visitar: Roma!

Quando eu cheguei em Roma eu já senti a diferença no clima de imediato. Estava um calor horroroso, uns 35 graus mais ou menos. (Obs.: e pensar que quando eu saí de Rondonópolis para vir para cá, estava fazendo 38 graus e eu achava normal. Vou sofrer quando voltar para lá).
Outra diferença que notei foi a da segurança. 5 minutos que estava em solo italiano, quase que um trombadinha leva minha bolsa. A sorte que uma mulher viu e gritou para me avisar e o trombadinha vazou. Percebi que estava em outro tipo de ambiente.
Fui procurar o albergue que eu tinha reservado e quando cheguei lá, descobri que eles não tinham reservado nada e não tinha mais vaga. O cara me recomendou um no Vaticano que estava um pouco longe, mas como eu ainda estava no embalo da qualidade do sistema de transporte de Londres, fui sem preocupar. Quanta inocência!
Acreditem, uma cidade tão grande quanto Roma, só tem duas linhas de metrô e elas formam um X. Os lugares turísticos mais importantes se localizam exatamente nos vãos do “x” e não compensa pegar metrô, pois em qualquer estação que vc pare, vc precisa andar muito para chegar no ponto turístico mais perto. E dependendo do lugar (no Vaticano, por exemplo), vc tem subidas enormes e íngremes. Aí, vai eu caminhando “montanha” acima levando a minha mala, depois de descer do metrô.
Como já estava no Vaticano mesmo, o primeiro lugar a visitar foi a Basílica de São Pedro. Quero dizer, o primeiro lugar que eu quis visitar, porque o guardinha me mandou cobrir os ombros para entrar dentro da igreja. Eu estava de blusinha regata e eles não deixam ninguém entrar com ombros e joelhos a mostra. Então, consertando, o primeiro lugar que visitei foi a lojinha de lembrancinha na frente da igreja e comprei a última camiseta que restava. (obs.: tanta gente é barrada na entrada da igreja, que a lojinha vende camiseta igual água. Aliás, mais fácil que água, pois água lá é muito cara - 2 euros uma garrafinha de 500ml).
Vestida “decentemente” entrei denovo na fila enorme e consegui entrar. Nossa gente, que igreja linda. Eu fiquei encantada e devo ter ficado um tempão olhando para cima, pois tudo é muito bem decorado, inclusive o teto. Várias esculturas, santos para todo lado. Subi até o domo da Basílica (projetado por Michelangelo) de onde se tem uma vista belíssima da cidade. No interior da basílica tem a famosa estátua de bronze de São Pedro que atrai pelegrinos do mundo inteiro. Atrás da Basílica fica o museu do Vaticano que é enorme e tem vários outros pequenos museus no seu interior. Eu fiquei lá umas 3 horas e acho que não vi tudo. Mas, é claro que a Capela Sistina eu visitei, onde o teto e a parede do altar são decorados com figuras que ilustram passagens do Velho Testamento. Uma pena que não podia tirar fotos lá dentro. Apesar de que estava tão cheio que até dava para tirar fotos, que os seguranças nem iam perceber. Mas eu tava muito “muiezinha” nesse dia e não quis arriscar.
Voltando à basílica, ela é protegida por 90 guardas suíssos recrutados entre a idade de 19-25 anos (ai Jesus, que tentação ehehheeheh) que usam um uniforme todo colorido, com listras vermelhas, amarelas e azuis que dizem ter sido criado também por Michelangelo. Cá para nós, a roupa parece mais roupa de palhaço do que de guarda, mas tudo bem, é arte.
A cidade toda é rica em história. Todo lugar que vc vai, fez parte da História e é interessante de visitar. As ruínas dos Forum Romano e di Traiano e o Palatino vale a pena ver de perto.
E o Coliseu então??? A primeira impressão que se tem do Coliseu, mesmo sabendo um pouco da história é que ele é apenas um prédio velho. Mas quando vc entra, ouve e lê detalhes sobre a história que o lugar traz e vc está lá dentro, é muito emocionante. Uma construção tão antiga e que ainda está lá conservada, realmente impressiona.
Outro lugar que me impressionou em Roma foi a Fontana di Trevi, uma fonte que fica em uma praça tão pequeninha que vc nem imagina que vai encontrar uma fonte tão bonita. O nome se dá às três ruas (tre vi - três vias em italiano) que convergem na praça. Diz a lenda que a fonte é mágica e vc tem que jogar duas moedas lá: uma para realizar um desejo e a outra para voltar a Roma. A pateta aqui só ficou sabendo disso depois que já tinha visitado, então nada de pedido realizado e nada de voltar a Roma :(
O Pantheon eu só vi de fora, porque já estava fechando quando eu cheguei e não deu para voltar lá depois. E pelo jeito nao vou poder visitar mais, porque nao joguei a moeda na fonte ehehheehhe
E tem outras praças famosas também, como a praça Espanha que tem uma fonte em forma de navio e praça Navona que é famosa pelos barzinhos que tem em volta.
A impressão que tive de Roma em linhas gerais: é uma cidade bonita e interessante por ser rica em história, só que é muito cara em relação à Holanda e Espanha e é uma cidade suja. Não sei se por causa do calor que estava demais (primeiro lugar depois de Rondonópolis que vi o asfalto derreter), mas dá uma sensação de desconforto e que está tudo sujo. Deve ser porque os prédios são muito antigos também.
Quanto ao preço das coisas, não sei se foi porque eu me concentrei somente na área turística, mas eles exploram na cara dura. Olha essa história:
Eu estava cansada de andar no sol quente e resolvi tomar uma cerveja em um bar enquanto dava uma lida no guia da cidade que tinha pegado no albergue. Enquanto tomava a cerveja, eu li no guia: “fuja dos bares onde tem cardápios em mais de um idioma e onde os pratos são ilustrados por fotos. Eles são excessivamente caros”. Quando eu olhei em cima da mesa, o cardápio estava em 5 idiomas e cheio de fotos dos pratos. Quando eu fui pagar a conta, o cara me cobrou 4 euros por uma cerveja. Eu ainda achei que ele tinha cobrado errado e fui falar com o garçom, mas ele repetiu: “1 cerveja, 4 euros” Detalhe: no supermercado deve custar 0,60, e em bares e boates aqui em Delft, custa no máximo 2,20.
Paguei com dor no coração e fiquei esperta depois. Sempre perguntava o preço antes de consumir. Só que na Itália em geral, a exploração aos turistas é tão grande que mesmo que vc penchinche bastante, vc nunca sabe se está pagando um preço justo.
Como o óculos de sol Gucci (original ... mente falsificado) que tinha o preço inicial de 35 euros, eu acabei pagando 10,00 e vai saber se ele não custava 5,00??? Ah, mas é muito ruim comprar em lugares assim. Dá a sensação de estar sendo passada o tempo todo. Em Veneza (terceira cidade italiana que eu visitei), eu já estava tão cansada disso que quase não comprei nada e sempre falava : “tá achando que meu dinheiro é capim? (eles não entendiam mesmo hehehe)”. Bem, mas Veneza é outra história para um outro pôr do sol (quem assistia Fofão na TV Bandeirantes, vai lembrar dessa frase).

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posted by Elis : 11:26 AM
Mind the Gap!

Ainda tenho algo para contar sobre Londres que esqueci no post anterior.
O sistema de transporte em Londres é excelente. O metrô tem várias linhas que servem vários pontos da cidade e com isso vc pode visitar muitos lugares turísticos sem precisar andar tanto. E eles oferecem a vantagem de comprar um ticket válido para o dia inteiro pelo preço de mais ou menos 4 passagens. Se vc tem planos de visitar muitos lugares, como eu fiz, compensa comprar esse ticket.
O sistema é tão organizado que às vezes enche o saco. No primeiro metrô que eu entrei, eles falaram: “vc está na linha X, indo em direção a Y e a próxima estação é Z” . Quando o metrô vai parando, eles avisam: “mind the gap” que significa “cuidado com o vão (entre o metrô e a plataforma)”. Eu fiquei impressionada com a qualidade de serviço.
Só que, vc imagina ouvir isso a toda estação que se aproxima??? Se vc passar por 10 estações até o seu destino, vc ouve a mensagem 10 vezes. E quando vc está na estação esperando o seu metrô, a cada metrô que pára, eles avisam na estação: “mind the gap!”.
No terceiro dia eu já estava falando: “que saco de qualidade de serviço!”
E visitando as lojinhas de lembrancinhas eu percebi que esse “mind the gap” já é característico de Londres e tem muitas camisetas, bonés, broches, copos e tudo que vc pensar, escrito esse tal de “mind the gap”. Inclusive, calcinhas! Essa mensagem em calcinhas fica interessante, não?
E mudando de assunto, quando eu estava visitando o Palácio de Buckingham eu queria que alguém tirasse uma foto minha. Como estava lotado de gente de tudo quanto é tipo, e eu, desconfiada que sou, fiquei pensando quem poderia ser uma pessoa segura que não ia sair correndo com a minha máquina. Escolhi então uma mulher que estava com marido e filho. Eu fiz a cara de boazinha que aprendi com minha amiga e pedi: “a sra. poderia tirar uma foto minha?” A mulher me respondeu: “NÃO!” Fiquei com cara de tacho! Bom que eu já estava quase entregando a máquina na mão dela e a mulher me responde um “não” bem seco. Pô, o que que custa tirar uma foto??? Ou será que a cara de boazinha não funciona em Londres???



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posted by Elis : 11:21 AM

quinta-feira, setembro 02, 2004

Enquanto isso em Delft ...

Vou continuar a escrever sobre a viagem, mas vou fazer uma pausa para escrever algo que aconteceu comigo semana passada.
Já escrevi aqui no blog que muitas pessoas ficam surpresa quando eu falo que sou do Brasil. Como sou descedente de japoneses, eles sempre acham que eu sou chinesa ou indonesiana (obs.: acho que aqui tem mais chinês do que holandês).
Outro dia estava conversando com um cara e ele me fez a seguinte pergunta: "quando vc terminar os seus estudos, vc vai voltar para a China?"
Eu pensando: "vc bebeu água que passarinho não bebe ou fumou cigarro que passarinho não fuma?"

Sem contar que às vezes as pessoas falam "ni hou" pra mim que significa "tudo bem?" em chinês. Eu mereço mesmo viu!!


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posted by Elis : 1:04 PM
Primeira cidade a visitar: Londres!

Tirando o incidente do aeroporto, a visita à Londres foi maravilhosa. Só não foi melhor por causa da tal da libra que deixa a viagem bem carinha, mas deu para curtir bastante.
Conhecer lugares que a gente só via pela TV ou pelos livros nos dá uma sensação muito boa. E o bom da história é que isso não aconteceu só em Londres. Aguardem que vou contar tudo aqui.
Comecei o passeio pelo Palácio de Buckingham que, pelo que pude perceber, fica lotado a qualquer hora do dia. Vi os guardinhas que raramente se movem. As vezes eles marcham até perto do portão para o pessoal tirar foto, mas quando isso acontece é um alvoroço. Quando eu estava lá, aconteceu até uma coisa engraçada.

Abre espaço para a maldade do dia:
Quando o guarda foi aproximando do portão, o pessoal ficou tão agitado querendo um lugar na frente para tirar uma boa foto que teve um menino que quis ser mais esperto que os outros e exagerou na vontade e a cabeça dele passou entre as grades do portão e ele não conseguia tirar por que “as orelhinhas” dele não passavam de volta. Por causa disso, o guarda logo voltou para o seu lugar e um outro foi ajudar o menino. Eu ri muito, mas depois eu fiquei com dó, pois o menino ficou muito desesperado e começou a chorar. A mãe dele foi consolá-lo e falaram em um idioma que eu não entendi, mas pelos gestos posso imaginar que ela falou: “coitadinho do orelhudinho da mamãe”
Fecha espaço para a maldade do dia

Fui também a Greenwich no Observatório Real onde ficam guardadas as medidas oficiais de metro, jarda, polegada e horas. Eu estava super empolgada para o ver o tão famoso meridiano de Greenwich e estava esperando um lugar bem protegido e luxuoso, mas para minha surpresa ele está sinalizado apenas com uma linha em muro velho, sem proteção nenhuma contra sol e chuva. Achei muito “paia” e acho que merecia um pouco mais de cuidado.
Agora o Big Ben é legal de se ver. A localização também ajuda a ficar mais bonito. A torre faz parte do conjunto de prédios do Parlamento (Houses of Parliament) que formam uma paisagem muito bonita. Do outro lado fica o rio Tâmisa, com o London Eye na margem. London Eye é uma espécie de roda gigante com 450 pés de altura, de onde dá para se ter uma bela vista da cidade.

O lugar mais bonito que achei em Londres foi a Tower Bridge: uma ponte com dois andares. A parte superior foi construída para que os pedestres utilizassem quando a parte inferior abrisse para os navios passarem, porém, a idéia não deu muito certo. Primeiro porque até que as pessoas subissem para o segundo andar para continuar a travessia, o navio já tinha passado e a parte inferior já tinha fechado e segundo porque o pessoal achava interessante ver a ponte abrir e ver os navios passarem e ficavam embaixo mesmo. Então, acabou que o segundo andar quase nunca era usado e portanto, agora é fechado para trânsito normal e abriga exposições de arte.
Quanto as comidas, em Londres tem um tal de “pastry” que eu adorei. É salgadinho assado com vários tipos de recheios, inclusive carne de verdade. Tô dizendo carne de verdade, porque aqui na Holanda é muito dificil se ver carne como recheio de pão. Ou vc tem hamburguer ou vc tem um creme de carne. Dificilmente vc vê carne. Salgadinho entao, nem se fala. (obs.: que saudades de comer esfirra de carne, com muita carne).
E outra coisa que é fácil de notar em Londres: como tem brasileiro!! É claro que lá tem gente do mundo inteiro, mas eu fiquei supresa com tantos brasileiros. Vc está andando na rua e direto passa alguém por vc falando português. O número de brasileiros é tão grande que sempre via placa de bares e restaurantes oferecendo feijoada, pao de queijo e guaraná!! É até engraçado ver uma placa dessas em Londres!!!
E outra coisa que eu gostei foi o fato de eles falarem inglês e é inglês de verdade. Parece bobeira minha, mas foi tão bom sair na rua e entrar nas lojas sem precisar perguntar: “vc fala inglês?” (é que como meu holandes não é dos melhores, eu preciso perguntar isso a quase todo lugar que eu vou aqui na Holanda. Mesmo que a maioria dos holandeses falam inglês, é um inglês muito diferente, onde a comunicação entre as partes nem sempre é possível) . Sem contar a pronúnica perfeita! Parecem até nativos ehehehee
Esse foi o primeiro lugar da viagem que me fez pensar: “por que eu fui morar na Holanda?”


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posted by Elis : 10:22 AM
Alegria de pobre dura pouco!

Vou começar a história da viagem pelo o “vantajoso negócio” que eu fiz ao comprar passagens. Tinha opção para sair bem cedo de manhã ou a noite com uma diferença de 20 euros a mais se quisesse sair a noite. Como nao tinha preferencia por nenhum horário, fui no mais barato, é lógico. Acontece que depois de ter comprado a passagem, descobri que nao existe linha de trem que vai da cidade até o aeroporto de Rotterdam, nem de noite e nem de dia. Eu teria que pagar taxi (que ficaria em mais ou menos os 20 euros que eu economizei na passagem) ou pegar o último ônibus à meia noite e esperar no aeroporto até de manhã. Como a minha vontade de pagar 20 euros no taxi nao era das maiores, fui de ônibus mesmo. Nossa, se arrependimento matasse, já estaria morta. Nao tinha jeito de dormir, nem se fosse sentada, porque os bancos nao eram nada confortáveis e nao tinham encosto. Resultado: passei a noite em claro.
No avião, tava parecendo uma zumbi e como a viagem dura apenas 1 hora, eu tomei um copão de café para ficar acordada.
Cheguei em Londres mais perdida que cego em tiroteio, nao sabia para onde eu ia. Os britanicos falam muito rápido e com um sotaque muito diferente (de britânico mesmo, e não de holandês). Depois da noite em claro, mantendo-me acordada na base do café, meu cérebro não funcionava mais e para mim eles estavam falando outro idoma.
Depois do controle de passaporte eu achando que estava tudo tranquilo, fui barrada já quase no portao de saída. Obs.: eles escolhem aleatoriamente algumas pessoas para revistarem a bagagem. E adivinha quem foi a escolhida????
Bem, já tinha ouvido falar que isso acontecia e que era normal. Bastava ter paciencia para abrir a mala e responder as perguntas rotineiras. O policial tirou tudo da minha mala: roupa, sapato, cremes, shampoo e tudo mais e fizeram várias perguntas. Depois de todo esse procedimento, o policial vem com um pedacinho de papel branco e esfrega na minha mala e disse que era detector de drogas. Levou o papelzinho para ser analisado em uma máquina e de longe eu vi um sinal vermelho bem grande. Eu gelei. Daí, o próprio policial disse:”houve um problema na análise, vou ter que repetir o procedimento”. Repetiu e deu sinal vermelho novamente. Daí, nao teve jeito, ele veio me dar a desesperadora notícia de que eles haviam detectado droga na minha mala. Jesus amado! Eu já comecei a pensar que alguém tinha colocado droga na minha mala no aeroporto. Daí, revistaram todas os meus pertences novamente, revistando inclusive sabonete, cremes e shampoo. Me levaram para uma sala separada para ser revistada por policiais femininas e eu me senti uma bandida indo para uma prisao de segurança máxima. Era um corredor enorme e tivemos que passar por umas 3 portas grossas com segredos até chegar em uma sala. Primeiro elas me falaram sobre os meus direitos e deram até um folheto explicando tudo em português (parecia cena de filme). Depois disso fomos brincar de “fazer tudo que o meu mestre mandar” , onde a policial era a minha mestra, é claro e só foi falando: “tira o sapato”, “tira jaqueta”, “abre os braços”, “abre as pernas”, “abaixa a cabeça jogando o cabelo para frente”, “estátua”,.... Nesse intervalo, a outra policial levou os meus sapatos para serem analisados nao sei onde e depois de nao terem encontrado nada comigo, ficamos sentadas aguardando até trazerem os meus sapatos novamente. Enquanto isso, eu lá quase dando cria e as duas policiais conversando sobre a vida, que horas vc vai sair hoje? Onde vc vai? O que vc vai fazer? etc. E eu só pensando que as minhas calcinhas já deviam estar jogadas para todo canto no saguao do aeroporto.
Depois de ser liberada, o policial me entregou minha bagagem de volta, disse que nao tinham encontrado nada e pediu desculpa pela situacao constrangedora. Depois me explicou que o detector era muito sensível e se eu tivesse tido contato com algum usuário de droga, isso seria detectado.
Bem, mas aqui na Holanda toda esquina tem alguém usando droga, como evitar? Mas, graças a Deus, não teve problema nenhum e eu fui liberada depois de 1 hora. Demorei mais uma hora para chegar no hotel mas depois disso foi só alegria.


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posted by Elis : 10:07 AM

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